CÔNÊGO AMÂNCIO RAMALHO CAVALCANTE
Mandato: Primeiro interventor, nomeado 17 de outubro de 1930 a 08 de dezembro de 1930 - nomeado pela
Interventoria Federal do Rio Grande do Norte.
STPM JOTA MARIA - MOSSORÓ-RN, 19 DE SETEMBRO DE 2022
Mandato: Primeiro interventor, nomeado 17 de outubro de 1930 a 08 de dezembro de 1930 - nomeado pela
Interventoria Federal do Rio Grande do Norte.
O
SACERDOTE E O EDUCADOR
José
Ozildo dos Santos
S |
acerdote,
orador, latinista, educador e musicólogo, o monsenhor Amâncio Ramalho
Cavalcanti nasceu no dia 15 de março de 1886, na antiga Vila de Misericórdia -
atual cidade de Itaporanga - no alto sertão paraibano. Foram seus pais Antônio
Cavalcanti de Almeida Lacerda e dona Francisca Ramalho Cavalcanti. Sua família
era radicada em Pombal e naquela cidade, fez seus estudos primários. E,
vocacionado para o sacerdócio, aos treze anos de idade ingressou no Seminário
Episcopal da Paraíba, onde fez seus estudos menores e os cursos de Filosofia e
Teologia.
No dia 13 de novembro de 1904, recebeu das mãos de dom Adauto
Aurélio de Miranda Henriques as ordens menores, em solenidade realizada na
Catedral de Nossa Senhora das Neves. No entanto, como não possuía ainda a idade
canônica, concluindo seus estudos superiores, tornou-se professor do referido
Seminário.
Em 1906, transferiu-se para o Piauí, na companhia de dom Joaquim
Antônio de Almeida, que fora nomeado primeiro Bispo da Diocese de Teresina.
Naquela Diocese, foi vice-reitor do seminário local (1907-1911), diretor e
professor do Colégio Diocesano (1908-1911). Em 1908, tornou-se diácono,
ordenando-se sacerdote a 30 de maio de 1909, em cerimônia litúrgica realizada
na Catedral de Nossa Senhora das Dores, em Teresina.
Em 1911, dom Joaquim de Almeida foi nomeado primeiro bispo da
recém-criada Diocese de Natal e na companhia daquele prelado, o jovem padre
Amâncio Ramalho veio exercer seu sacerdócio no Rio Grande do Norte. Em meados
daquele ano, foi nomeado coadjutor da Paróquia de Ceará-Mirim, ascendo à
condição de vigário no ano seguinte, em substituição ao padre Agnelo Fernandes
de Queiroz.
Por alguns meses, durante o ano de 1914, esteve licenciado para
tratamento de saúde. Em
Monsenhor
Amâncio Ramalho Cavalcanti
Naquela importante cidade do interior paraibano, sua permanência
foi curta. Em princípios de 1916, tornou-se vigário da Catedral de Nossa
Senhora das Neves, de João Pessoa, funções que acumulou com a direção do
Colégio Diocesano Pio X. No entanto, no ano seguinte, foi obrigado a
licenciar-se de suas atividades sacerdotais, por três meses, para submeter-se a
novo tratamento médico.
Restabelecido, reassumiu suas funções. Distinguido com o título
de cônego honorário da referida Catedral, em 1918 foi nomeado vigário da antiga
Matriz de Sousa, no alto sertão paraibano.
Em 1922, deixando a Paraíba, por um curto período, esteve em
Ilhéus, na Bahia, onde foi capelão e professor do Colégio Diocesano local.
Naquela cidade, dirigiu “O Monitor”, periódico mantido pela
diocese. Designado vigário de Itabuna, ali também exerceu sacerdócio por pouco
meses. Retornando à Paraíba, ainda em meados de 1923, foi nomeado vigário
cooperador da Paróquia de Itabaiana.
No ano seguinte, vinculando-se novamente à Diocese de Natal,
tornou-se diretor do Colégio ‘Rui Barbosa’, na cidade de
Ceará-Mirim. E, no final daquele ano, foi designado vigário da antiga Paróquia
de Nossa Senhora da Conceição, sediada em Jardim do Seridó (1925-1927), de onde
saiu após ser nomeado diretor do Colégio Santa Luzia, de Mossoró. Ali, ao lado
do padre Luís Mota, participou da reação organizada para defender a cidade
contra o ataque do bando de Lampião, em junho de 1927(1).
Zeloso em suas funções, revelou-se um administrador probo e
competente à frente do Colégio Santa Luzia, fazendo com que fosse aproveitado
pelo Governo Revolucionário para administrar aquele município, na condição de
prefeito discricionário, funções que exercer de 17 de outubro a 8 de dezembro
de 1930 (2). Em 1934, comemorou suas bodas de prata sacerdotais, na cidade de
Mossoró.
Educador de reconhecidos méritos, durante o governo de Rafael
Fernandes, foi designado Diretor Estadual de Educação, funções que exerceu com
brilho e destaque de
O
Revmo. Cônego Amâncio Ramalho, acaba de inaugurar
O acto,
que foi assistido pelo Prefeito do município Júlio Fernandes e grande número de
pessoas gradas, revestiu-se de grande pompa.
Discursaram,
no momento, o Cônego Amâncio Ramalho, fazendo a inauguração, e depois a
professora Alvanir Leão e o jovem José Chaves.
A
Filarmônica Patuense sob a competente batuta do maestro Luiz Domiciano,
executou diversas peças do seu repertório.
Terminado
a inauguração, dirigiram-se os assistentes para a residência do Sr. Felinto
Gadelha, onde foi servido ao Revmo. Cônego Amâncio Ramalho lauto jantar,
seguindo-se depois outras festas, que se prolongaram até alta madrugada”(3).
Em 12 de maio de 1938, foi a Parelhas participar das celebrações
do mês mariano e ali resolveu permanecer como vigário, funções que desempenhou
até a sua morte, ocorrida a 24 de outubro de 1964.
Em Parelhas, o cônego Amâncio Ramalho realizou uma obra
sacerdotal digna de registro. Sacerdote dinâmico, “dotado de altos
predicados e excepcional formação religiosa”(4), a 11 de novembro de 1939,
fundou em Parelhas a Congregação Mariana e a Pia União dos Filhos de Maria,
congregando mais de 60 fieis (5), promoveu diversos melhoramentos na Igreja
Matriz, construiu a Casa Paroquial e instalou uma escola de ensino primário,
etc.
Em 1956, coordenou as festividades relativas ao primeiro
centenário da cidade de Parelhas, realizadas de
Orador sacro dos mais talentosos, o monsenhor Amâncio Ramalho
era um dos maiores latinistas do Rio Grande do Norte. Musicista, fundou em
Parelhas a ‘Schola Cantarum’, espécie de conjunto orfeônico
harmonioso, que durante muito tempo, foi a única do gênero no Estado e
apresentou-se em diversas cidades, inclusive, em Natal, em junho de 1943.
Educador de reconhecidos méritos, o monsenhor Amâncio Ramalho
foi um sacerdote, que sabia “guardar no fundo da alma os germes”,
que alimentava “sem contrates sua robusta fé religiosa e sua
incorrigível veia artística” (6).
Na cidade de Parelhas, viveu os últimos anos de sua vida,
inteiramente dedicados à desenvolvimento social, econômico, humano e cultural
de seu povo, sendo também seu guia religioso e conselheiro. Ali, Monsenhor
Amâncio Ramalho ainda é lembrado por suas ações, por seus conselhos
e exemplos do levita do Senhor.
NOTAS
1 -
NONATO, Raimundo. À sombra dos tamarindos. Coleção Mossoroense,
vol. LXXXIII. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica Editora Ltda., 1979, pág. 51.
2 -
BRITO, Raimundo Soares. Legislativo e executivo de Mossoró numa viagem
mais que centenária. Fortaleza: UFCE, 1985, p. 82.
3
- Jornal ‘A Ordem’, Natal-RN, edição de 30 de janeiro de 1936.
4
- NONATO, Raimundo. Op. cit., pág. 51.
5 -
Jornal ‘A Ordem’, Natal-RN, edição de 22 de setembro de 1939.
6 - Jornal ‘A Ordem’,
Natal-RN, edição de terça-feira, 15 de junho de 1943.
Postado
por José Ozildo dos Santos às 12:10
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FONTE – CONSTRINDO A HISTÓRIA
CÔNÊGO AMÂNCIO RAMALHO CAVALCANTE Mandato: Primeiro interventor, nomeado 17 de outubro de 1930 a 08 de dezembro de 1930 - nomeado p...